rimando a exmo
Botei a panela de ferro
Numa grande tucuruba
Ouvi o cantar do melro
A labareda subiu queimei a juba.
O gado era tangido
Por um Tangerino
Mas não se ouvia o seu mugido
Dos bois e nem do menino.
Quando vem a inspiração
Vou pegando um lápis ou uma caneta
Para compor uma canção
Falando de amor e do planeta.
Tantas coisas que existem
Neste planeta que chamamos de Terra
Ainda coisas desconhecidas tem
Vivendo por aqui tudo se encerra...
A ciência evolui
Existem muitas questões sem respostas
Outras sim a guerra eclodiu...
Tem gente que nem de Deus gostas.
Eu vou compor
Alguns versos
Serei um trovador
Sem temas perversos.
Eu vou tentar escrever
Umas quadrinhas só por querer
Mesmo sabendo que ninguém vai ler
Não faz mal no futuro vou reler.
Pois é já fiz duas quadras
Prosseguirei dizendo
Nem sempre as rimas sem enquadram
Nos textos que estou escrevendo.
À tardinha que se vai
É à noite que entra
O mineiro fala uai
Plantei uma avenca.
É preciso achar as palavras
Que fazem sentido das frases
Até que eu não as falava
Enfim vou enfiar as traves.
O dia é esplendoroso
Logo vem o horário de verão
Peguei a esposa na escola
Para irmos no mercado comprar pão.
Fui no banco buscar dinheiro
Pagar as contas e a sanfona
Parei num sinaleiro
Encontrei uma maricona.
Um verso vou compondo
To nem ai com isso
Acabei de ouvir um estrondo
Hei pessoal deixa disso.
Olho para o horizonte
Vejo os campos da minha terra
Minha casinha lá atrás do monte
Onde o sol se encerra.
Sou um interiorano
Porem vivi na capital de São Paulo
Na cidade entrei pelo cano
Cai num bueiro de estalo.
Eu não sabia...
Ler e nem escrever
Mas um dia...
Fui na escola aprender.
Externato Menino Jesus
Diretora: Maria Lopes Mendonça
Professora: Apolônia Carvalho Cruz
Conheci o amigo da onça.
Que era um personagem
Da Revista O Cruzeiro
Presto aqui minha homenagem
Ao Sr. Péricles o pioneiro.
O ator Mazaroppi nos divertia
Biotônico Fontoura
Eu bebia...
No cinema da rua Gentil de Moura.
O meu computador
Estava debilitado
Na tela um terror
Deixando-me irritado.
A solução eu achei
Os programas instalados
Tudo deletei...
novo com os programas reinstalados.
Sou filho do interior
Mas fui criado na capital
Tangerino tocador
Virei sanfoneiro que legal
Tio Brás quanta saudade
Vai pra ti uma canção de louvor.
Serei um trovador
Isso eu não aprendi na escola
Mas sim tangerino tangedor
Vivi na capital 37 anos e vim embora
Tanto tempo daqui ausente
Mas aqui vivo mais contente.
Fui carroceiro por uns meses
Aos poucos aqui me adaptei
Servente de pedreiro eu fui tantas vezes
Com certeza pra São Paulo tão logo não voltarei.
Nas barrancas do Mogi Guaçú
Em Porto Ferreira
O meu pai vivia pescando
Benedicto Osório de Oliveira
Pois havia muitos peixes e até cobra urutu
Isso também ele vivia falando.
Entrei num partido
Tentando fazer política
De vereador sai batido
Mas valeu para minha autocrítica.
Andei pela cidade
Distribuindo propaganda eleitoral
Cai na realidade
Foi uma desilusão total.
Estou procurando a inspiração
Para compor uma boa prosa
Mas ela não quer vir não
Dei a esposa um buquê de rosa.
Com uma grosa desbasto a madeira
Transformando uma peça bruta
Numa belíssima cadeira
Agora estou comendo um bolo de araruta.
Nas rimas de cordel
As historias são contadas
Embora também cantadas
São impressas no papel.
Nas rimas de emboladas
Os cantadores usam o pandeiro
São cantorias ritmadas
Sem energia elétrica usamos o candeeiro.
Vamos dançar o chote
Eta ritmo compassado
Sanfoneiro vai rasgando o fole
E a mulher fica do meu lado.
Se não tenho o que fazer
O negócio é filosofar
Filosofando...
Vou compondo frases com prazer.
Fevereiro tem carnaval
É muita folia é emoção
Um som fenomenal
E vamos atrás do boizão.
O caboclo estava descorçoado
Trabalhava o ano inteiro
E as intempéries climáticas
Tudo mudado
E nada de ganhar dinheiro.
Muito triste e amargurado
Pensava ele, eu vou pra cidade
Arrumo um emprego contratado
Quem sabe, lá eu encontro a minha felicidade.
Deixou lá no interior
Toda a sua família
Seu cachorro “Nicanor”
E muita gente solidária.
Vou ligando o meu computador
E nele conecto um teclado musical
Vem na cabeça o que vou compor
Não! É tudo de improviso ta legal.
A música é uma matemática
É preciso ter sensibilidade e intuição
Com as notas musicais digito uma escala cromática
Disso tudo: saí valsa, xote, samba e até vaneirão.
Vou compondo as musicas
Que vem na cabeça
Depois as tornarei publicas
Gravando-as peça por peça.
Terão no Cd algumas valsas melodiosas
Samba, pé-de-serra, rancheira, baião
Letras com duplo sentido até maliciosas
Eu quero ver a alegria do povão.
Como é bom ter uma família,
Pai – mãe – irmãos- sobrinhos
Acabei escrevendo uma homilia
Enfim os nossos carinhos.
Com a Daniele hoje conversei
Isso pela internet via e-mail
Caramba sobrinha eu rimei
Já sou tio-avô que legal.
Vou encerrando por aqui
Afinal são tantos versos escritos por mim
Agora vou comer um caqui
Você gostou, isso não tem fim...