Verme
Verme
Criatura nojenta, tu não és pequena, tu és minúscula.
Teu jeitinho deslizante, escorregadio me causa intenso pavor.
Tua falsa transparência tenta apenas esconder a podridão que tu guarda dentro de ti.
Tua inveja é veneno que corre por todas tuas veias.
E você, criatura parasita, vive de galho em galho tentando encontrar um pobre hospedeiro.
Tu, odiosa criatura, não consegue cuidar de sua própria vida, pois perde tempo demais, espalhando o maldito veneno, que sai dessa tua boca suja.
Tu passas o tempo todo envenenando, maltratando, sugando e destruindo tudo e todos a sua volta.
Tu vês o seu próximo como inimigo, e tudo e todos lhe representam perigo: isso porque tu não tens caráter, nem vontade de lutar, de se inovar.
Tu, vermes nojento, parou no tempo e no passado: parece mais uma múmia que só consegue espalhar medo e terror por onde passa.
Tenho medo do teu veneno, mas esse medo me fortalece e vai me dando força para lhe combater.
Minha arma é a justiça, coisa que tu, mostro desprezível, não sabe nem nunca saberá o que é.
Tu podes até me prejudicar, me magoar, me machucar, me podar, me rechaçar, me esculachar; mas eu permanecerei lutando e tentando seguir com minha vida.
Tu és veneno, eu tento ser um remédio.
Tu és maldade, eu busco a bondade.
Tu és inveja, eu busco serenidade.
Tu és crueldade, eu tento ter sensibilidade.
Tu és injustiça, eu luto desesperadamente para encontrar os caminhos da justiça.
Tu és aprisionamento, dor e sofrimento; eu tento pelo menos ter um pouco de liberdade.
Tu és a mentira, eu busco a verdade.
Tu és intriga e ressentimento, mas eu só quero paz.
Pois, eis que de ti tenho nojo, medo, cautela, suspeita; mas tenho acima de tudo pena.
Pois, que tu, criatura nojenta, não passas de um verme, que de tanto espalhar o mal e o sangue dos outros sugar, acabará um dia morrendo, sufocada por esse seu terrível e letal veneno.