Dezembro
Nestes momentos os homens se arrefecem,
a casca do coco deixa vazar a água fresca,
que existe nas almas, doentes ou não.
As revoluções são brandas, porém mágicas,
os vazios entre os corpos transbordam,
e os sinos esquecidos badalam sonhos.
Os lobos deitam-se mais bêbados, porém calmos,
o sexo perde o cetro para o descaso,
e as chuvas lavam o suor da esperança.
Nestes momentos a austeridade vira apelo,
as sirenes são partes de um hino urbano triste,
e a paixão agrava-se entre os galhos,
de uma árvore de natal vestida de vermelho.