Dezembro

Nestes momentos os homens se arrefecem,

a casca do coco deixa vazar a água fresca,

que existe nas almas, doentes ou não.

As revoluções são brandas, porém mágicas,

os vazios entre os corpos transbordam,

e os sinos esquecidos badalam sonhos.

Os lobos deitam-se mais bêbados, porém calmos,

o sexo perde o cetro para o descaso,

e as chuvas lavam o suor da esperança.

Nestes momentos a austeridade vira apelo,

as sirenes são partes de um hino urbano triste,

e a paixão agrava-se entre os galhos,

de uma árvore de natal vestida de vermelho.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 18/05/2010
Código do texto: T2265257
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