Voz do poeta

tua voz, sangrenta em luta,

é frágil reflexo da dor que alimentas

e escondes em pranto..

tua voz, débil em crise,

é um frágil reflexo da alma que nutres

e escondes em cânticos...

tua voz, chorosa em lamento

reflete fragilidade no olhar

e escondes em perfil tua triste sina...

se do medo ergues alicerces

e deles constrói muralhas,

serão prisões a ti mesmo destinadas

mas se ao medo fazes frente

e o afugentas, assustado

tua voz, fraca e frágil

será então um reflexo da alma encarcerada,

que voará livre, então,

abandonando tua garganta

cedendo-te momentos raros

em que a solidão arrastará o desconhecido

para acomodar-se solidariamente

ao lado de teus passos...