Insônia
Por que foge, sono, de mim?
Não vê que sem você arrastam-se a horas
Os pensamentos se arvoram
Escuridão e silêncio extrapolam?
Por que foge de mim?
Para que eu possa reviver o malfeito
Mas lembrar que ninguém é perfeito
E, assim, não deixar que me doa o peito?
Por que foge de mim?
Para que me incomode o calor, talvez
Diminua o viço da minha tez
E as olheiras, oportunistas, apareçam de vez?
Por que foge de mim?
Para que eu faça minha oração
Buscando, em Deus, alívio para a aflição
Que teima em rondar meu coração?
Insiste em fugir. Por quê?
Para que os versos me venham
E, vindo, me encontrem
Pronta para sonhar