Hardware
A arquitetura do meu corpo é flexível,
na horizontal pela cerveja,
na vertical pela calvície.
A minha barba cada vez mais séria,
apesar de gostar de tolices,
ri apenas do possível.
O meu andar olha para trás,
policiando sombras alheias,
temendo a companhia do meu Santanás.
O meu sangue é um drinque quente,
ardido nas lareiras das emoções,
é servido com gorduras ao coração.
As minhas mãos robóticas,
imprecisas ao obedecerem meu cérebro,
unidade central de comando e desmando.
Os meus olhos estão incapazes,
de deletarem a exótica cena ambiciosa,
de mais um novo dia.
Haja hardware!