Hardware

A arquitetura do meu corpo é flexível,

na horizontal pela cerveja,

na vertical pela calvície.

A minha barba cada vez mais séria,

apesar de gostar de tolices,

ri apenas do possível.

O meu andar olha para trás,

policiando sombras alheias,

temendo a companhia do meu Santanás.

O meu sangue é um drinque quente,

ardido nas lareiras das emoções,

é servido com gorduras ao coração.

As minhas mãos robóticas,

imprecisas ao obedecerem meu cérebro,

unidade central de comando e desmando.

Os meus olhos estão incapazes,

de deletarem a exótica cena ambiciosa,

de mais um novo dia.

Haja hardware!

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 17/05/2010
Código do texto: T2263150
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