Poema do ócio
Poesia, estou em conflito...
Acaso liberdade seria,
do escritor, árduo exercício?
Ou na sociedade do ócio,
quiçá, mero capricho?
Ousadia... também quis ser sócio,
Cazuza me perguntou:
qual é o teu negócio?
Achei graça, afinal, até me enrosco
quando de poetar eu brinco...
A propósito, será que posso
desfrutar desse ópio,
fraqueza da carne,
mais forte que os ossos?
Declaro-me adicto,
dependente desse vício...
Não escrevo porque quero,
ou simplesmente, porque gosto
escrevo porque preciso...
A palavra não é meu ócio,
a palavra é meu ofício!