Óleo sobre tela de Jorge Rodrigues

O TEMPO CERTO

 

Meu avô tinha, inteira, uma orquestra,
Dos tempos da Segunda Guerra,
E muito que tinha lá dentro,
Do som me dava uma amostra,
 
“ - Sem expor ao sol ou ao vento,
Para não empenar nem ficar úmido,
Ficar tudo protegido,
P’ro tempo em que a guerra acabar.”
 
Na porta estava um instrumento,
Que sempre, pelo vidro, ia olhar,
E falava  “– não chegou o momento,
 
Você ainda vai ter que esperar...”
E agora, o tempo é o sentimento,
Eu não consigo a viola tocar...
José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 17/05/2010
Reeditado em 06/08/2010
Código do texto: T2262538
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