Óleo sobre tela de Jorge Rodrigues
O TEMPO CERTO
Meu avô tinha, inteira, uma orquestra,
Dos tempos da Segunda Guerra,
E muito que tinha lá dentro,
Do som me dava uma amostra,
“ - Sem expor ao sol ou ao vento,
Para não empenar nem ficar úmido,
Ficar tudo protegido,
P’ro tempo em que a guerra acabar.”
Na porta estava um instrumento,
Que sempre, pelo vidro, ia olhar,
E falava “– não chegou o momento,
Você ainda vai ter que esperar...”
E agora, o tempo é o sentimento,
Eu não consigo a viola tocar...