Vasos Comunicantes

Vasos sangüíneos, veias boninas,

percorrem seus caminhos escondidos,

serpentinas que fervem seus órgãos,

que oxigenam seus olhos brilhantes,

luas do meu sistema perdido.

Circula pelos cantos do corpo,

seu óleo vermelho, seu fogo,

ateia vontade ao seu sexo,

transborda de seiva a selva úmida,

vende vida aos meus sonhos.

Rios subterrâneos, cursos de saliva,

língua devorando língua, um beijo,

um espasmo, um aeroplano, um grito,

é o combustível nos infernizando,

entorpecendo meus neurônios e jorrando.

Fazendo o esquecível imortal,

tingindo em sangue-amora,

e, em tudo, devora amor, devora!

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 16/05/2010
Reeditado em 10/06/2013
Código do texto: T2260519
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