Minhas sedes
Procuras me fazem tatear os escuros,
machucar meus pés em tanta pedra.
Errar trilhas e dar de cara em muros,
onde reside o medo e a hera medra.
Que faço então? Venha e me sopre,
aqui no ouvido, suave, eu quero ouvir.
O carinho não é algo que se compre,
é deixar que livre o corpo possa fluir.
Loucuras dessa vida feitas de traços,
tão vazios e sem neles um sentido,
no entreato da noite não tem havido
a expectativa de sentir seus passos.
Surpreenda-me amor, traga-me anseios,
degustar-te em mil abraços e beijos.
Apossa, marque território, seu espaço.
Tenho sede, dê-me a vida sem receios.