Minhas sedes

Procuras me fazem tatear os escuros,

machucar meus pés em tanta pedra.

Errar trilhas e dar de cara em muros,

onde reside o medo e a hera medra.

Que faço então? Venha e me sopre,

aqui no ouvido, suave, eu quero ouvir.

O carinho não é algo que se compre,

é deixar que livre o corpo possa fluir.

Loucuras dessa vida feitas de traços,

tão vazios e sem neles um sentido,

no entreato da noite não tem havido

a expectativa de sentir seus passos.

Surpreenda-me amor, traga-me anseios,

degustar-te em mil abraços e beijos.

Apossa, marque território, seu espaço.

Tenho sede, dê-me a vida sem receios.

Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 16/05/2010
Código do texto: T2260065
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