Despedida

Despedi-me de tantos
Alguns, que nomeei amores
Por estes, sei que chorei

Outros, que já traziam sua identificação
Pelos laços que nos uniam
Disse-lhes adeus, implorando que não partissem

Há uns outros tantos
Coube a despedida no silêncio
E as palavras que não puderam ser proferidas
Foram se ajeitando no tempo
Mas nunca no esquecimento

Aquele que partiu, e que fazia parte
Para que me sentisse inteiro
Sozinho não se foi
Levou consigo algumas das minhas certezas
E incerto aqui me deixou

Despedi-me do que entendia ser eterno
Sem compreender a razão e o porquê...
Mas a mim fora ensinado
Que não há aprendizado
Que nos ensine a convencer o destino
Que mude seu rumo
Que ignore sua sina...

Foram muitos os que partiram
Com a promessa não cumprida do retorno
Assim, o que era breve se perpetuou
E o que era para ser próximo
Distante ficou...

Chorei pela ausência
Daqueles que passaram a vida
Desejando minha presença
Quisera, ter sido o tempo o vilão
Talvez, quem sabe...
Encontraria assim uma razão
para amenizar a culpa
que atormenta meu coração

Despedi-me também
Com ares de alegria
Pois lá no fundo, sei que sabia
Que bastasse contar alguns pores-do-sol
Que a volta decerto não tardaria

Desejei ardentemente
Muitas vezes driblar o adeus
Com um até logo, ou até mais
Engano foi o meu
Por mais que tentasse
Por mais que relutasse
Deste jogo fui perdedor
Tão somente ao adeus
Cabe o pranto incessante
Cabe um coração agonizante...
ziza Silvestre
Enviado por ziza Silvestre em 26/08/2006
Código do texto: T226002
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