Embarcação
Do cais partem os barcos
Nos ventos de uma paixão
E as águas que eles navegam
É choro vertido ao chão
Soltam as amarras da vida
Velejam por precisão
Nas velas ficam os açoites
Da dor e da ilusão
Fica o amor no cais
Saudade no coração
A mulher que ele ama
Seca o choro com a mão
Pranteia seu homem indo
Cativo em navegação
As velas voam ligeiras
Venta a vida, venta em vão
Deixam a terra ao longe
Nas estrelas a direção
As estrelas correm no céu
No mar a embarcação
Na proa o pescador
Entrega-se à emoção
Sonha ao sabor das ondas
Com mulher, vinho e canção
A vela engole o vento
Devora a escuridão
Levando os pescadores,
saudades... e a solidão!