Cavalheiro e dama
Um toque de piano,
A nota do sentimento,
Um pedido escondido,
E silêncio provocador.
O olhar curioso e devastado,
És investigador e preocupado,
Confuso nas abstrações,
Confiante na postura.
Solitário de esperança,
Habitado de amor,
Insistente de sentimentos,
Sedutor de inteligência.
Cavalheiro cortês,
Atrai-se pelo andar,
Resiste à falta da presença,
Procura à hora de se expor.
No pé da árvore as dores da incompreensão,
Caem feito pingos de brasa no coração.
O que pareces perdido retrata ilusão,
E a ordem se põe com seus respeitos.
Sem toques, beijos, carícias,
O desejo ardente e compromissado,
Encontra a expressão do feitiço,
E o vento tenta conformar as palpitações.
A recusa do orgulho,
A vergonha do preconceito,
Une suas características,
Numa sedução envolvente.
Nesse mistério,
A humildade e sinceridade,
Prevalecem nas respostas,
Exibindo suas tolerâncias.
Na história de repulsas,
Impera a teimosia de gostar,
O cavalheiro se presta ao papel,
E ganha à dama.