Descanso da morte

Vem, trazendo êxtase.

Da volúpia da vida,

Às ultimas gotas de suor.

Seus cabelos, lânguidos,

À escorrer pelo corpo.

Também se deita sobre o leito

Frio do algoz

Envolve, seduz,

Destrona, conduz...

Os transforma em presas

De seus próprios delírios.

Num mundo onde a vida é servida em fatias,

Você é a lembrança de que o bolo acaba.

Um simples beijo, o cessar do sofrimento.

A tua presença é o pavor dos estéreis,

É o bálsamo dos suspirosos...

É o desatar dos nós

É a companhia dos sós

A merecida cura dos leprosos...

Assim como tu fechas as cortinas de todos os palcos,

Derrama tua veste sobre meus olhos exaustos,

Enquanto faz os corpos desbotar,

Para que do meu peito irrompam insípidos vermes

E o majestoso descanso encontrar...

(escrito em 2001)

Ralph Heck
Enviado por Ralph Heck em 15/05/2010
Código do texto: T2259049
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.