Confusa
CONFUSA
Ah! Se pudesse me ver agora...
Confusa, olhando o mar...
Lágrimas se confundem às águas do mar
O vento forte e gelado arrepia minha pele
Desmancha meus cabelos...
Sugere para eu me fechar...
Invade meu peito aberto
Sangrando encontra meu coração
Envolve-o todo, congela-o
Mas o fogo ardente da paixão
Grita mais forte...se debate...
Descongela, quer se expandir
Vem-me à memória a linda poesia
Que despretenciosa te enviei
Quase inocente, sem querer te conquistei
Ela falava de um vazio...de amor...
Eu não sei...só sei que era a vazão,
De um sentimento profundo do coração
De um sufoco...de falta de ar...
De falta de um bem querer
De falta de amor...de falta de amar...
Interpretou meus versos. minhas súplicas
Me fez de novo sonhar..
Me deu o Céu e a Terra
Quando nem mais sonhava encontrar
Me apontou novos caminhos, me ensinou a direção
Me carregou no colo e pelas mãos...
Me guiou por longo trajeto...
Quase até os pórticos do paraíso e...
Recuou...por temer o que sentia...
Por amar demais...por querer prolongar
E aperfeiçoar a já perfeição
Só sei que os caminhos de meu coração
São assim em espinhos
E te perdi no sonhar
E tudo me fez despertar e pensar
Perceber que o que já vivi
Valeu a pena, foi demais...
Para um pobre poeta
Acusado de ousar amar
Julgado por chorar por amor
Condenado por tentar te tocar
Por querer mais...
Por deixar levar
Na calma de teus afagos
Setenciado a viver só...
Mas, minha solidão,
Vive acompanhada da saudade
De tua boca, de teus toques
De nossas vontades...
Diana Lima, Itanhaém/SP, 18/08/2003