Morte

A vida que em você eu possuia

e que na sua ausência se esvaiu,

silenciosa como guardada prataria

que em mãos trêmulas não caiu.

Deixou aqui de concreto este muro

que agora me põe de todos além.

Em mim se faz noite, tudo escuro.

Essa parede que um dia também,

como estou agora será monturo.

Para que fique de novo todo vivo,

soterrado o sentimento obscuro.

Chegando em mim canto efusivo

geração na existência de nova luz.

Fênix renasco do fétido esterco,

das feridas a água lava todo pus.

Meu todo ódio prendo num cerco,

nele também sua mentira eu pus.

Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 14/05/2010
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