CARNAVAL NA PRAIA
Mar calmo e vento siroco.
Brinca de nadar menino
Sorridente e sem deveres.
Tenório, sol forte e a pino.
Doutor bebe água de coco,
Esquece dos afazeres.
(Na praia, todos tem asas!
Voam como livre gaivota
Na liberdade do sonho.)
Em quase todos se nota
Prazer de queimar-se em brasas,
Gozo no rosto risonho.
Areia quente arde os pés,
Marulho d'água refresca
Calcanhar fincado ao solo.
Severino peixes pesca
No barquinho em seu convés,
Mãe banha menina ao colo.
Vendedores de espetinho,
Pastel, cerva, raspadinha,
Chapéus, cangas, caipirinha
Disputam espaço na praia
Com turistas na gandaia.
Tudo, tudo espremidinho.
Mulheres com maiôs pequenos
Desfilam tal passarela,
Deitam de costas pro sol.
Homens de sunga olham bela
Loira de gestos amenos
Com seus óculos de sol.
E no transcorrer da tarde
Praia lotada esvazia.
Ficam somente: boleiros
E poeta que faz poesia
Vendo a maré sem alarde
Balouçar nobres veleiros.
(Alexandre Tambelli, São Paulo, 28/02/2004 - 21:54h)