Tempo de crescer...

 Partindo de um outono
Inerte
Rumo à querida primavera.
Lá se vai a paixão armadora 
Cumprir  sua sina traquina
De plantar sonhos na quimera.

Resgatando a infinita calma
Com que o coração se reveste
Enfrenta a tormenta e a alma
Dos amores do vento leste.

Com um sorriso marinho
De flores dos tempos idos
Liberta do ninho,  passarinhos
Em vôos evoluídos.

Antecipando a colheita
De sentimentos que nascerão
Presos na ampulheta
De uma nova estação.

E com o peito revigorado
ela fica ali.
Pacientemente esperando...
Zombando e rindo
Do nulo destino traçado,
Que inverna o bem querer
Do homem...
Inversamente
Triste e estagnado.