EM GULA

Tonto de gordura, gordo, rechonchudo

Se empanturra o glutão, grandão, grotesco

Do mundo se esquece num instante, o repolhudo

Mal se locomeve, a patinar, o obeso, caricato, burlesco

Seu maior desejo, o manjar apetitoso

Rotundo, tem do prazer o vício roxo: glutonia

Se gritam, se cala e nem liga: "glutão, gordete, guloso!"

Tesão, amor, paixão, aspiração: a extensa e melhor iguaria

Deita a sonhar em açucarar o mar, o abominoso

Castelos de chocolate deglutir, num comer desmedido

Acorda do pesadelo sempre magro e sociável, o gorduroso

Sempre fisgado com todas as guloseimas, a gulosar, pelo cupido

Estação, não de esqui, mas de sorvete, em analogia

O guisado: largo e vasto; a guleima: com gulosa gulodice

Pantagruélico, sempre a engordar, a comida nunca está a debicar

Hipopotâmico, abalonado, a engulosinar, até chegar a eterna bulimia...

RAbreu
Enviado por RAbreu em 13/05/2010
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