Digital Poética

Poeta,

quase não repensa,

e também não dispensa,

palavras para a boca estéril,

que não beija, não saliva.

Poeta,

não esquece a emoção,

e na morte, vivem os versos,

a lua vazia, os sonhos dispersos.

Poeta,

tem a razão no relevo digital do polegar direito,

tem palavras que nascem nos arrepios da nuca,

no eriçamento do peito, numa dor tão maluca.

Poeta,

ofende o mundo,

na forma indireta de esconder-se,

na sombra idêntica de um outro CPF,

nas alienações, cúmplices e amigas.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 13/05/2010
Código do texto: T2253787
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