Digital Poética
Poeta,
quase não repensa,
e também não dispensa,
palavras para a boca estéril,
que não beija, não saliva.
Poeta,
não esquece a emoção,
e na morte, vivem os versos,
a lua vazia, os sonhos dispersos.
Poeta,
tem a razão no relevo digital do polegar direito,
tem palavras que nascem nos arrepios da nuca,
no eriçamento do peito, numa dor tão maluca.
Poeta,
ofende o mundo,
na forma indireta de esconder-se,
na sombra idêntica de um outro CPF,
nas alienações, cúmplices e amigas.