Solenes Sinos

Ouvi o tempo dizer pelo solene sino

Que a vida estabiliza os nossos momentos

Como badaladas num crepúsculo descontínuo

Como manhãs, tardes, noites múltiplas, um afino

Demarcando no ar o vivido, o inapto sonorizado

Um espaço de vida que cabe o ouvir e o falar

Que massacra e atenua, pedaços inteiros de vidas

Histórias de corpos e almas, únicas numa torre alta

Amenizando o ar, pelo amor imponderável de sempre

Irretratável como é, indescritivelmente pálido ou rubro

Frágil eternamente, inacabado invariavelmente,

Construção crônica no tempo eterno de dois.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 13/05/2010
Código do texto: T2253783
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