Morte Absoluta

Chorando sobre o corpo

Como quem padece de dor,

Véu negro no rosto

Na mão um terço e uma flor

Lamenta a perda tristemente

Sem nem conhecer o senhor.

Carpideiras fingidas

Mentem pra quem?

Se o morto sabia

Que ninguém viria

Chorar sua ida ao além?

Acaso as lágrimas

Vazias de solidão e saudade

Escondem uma vida insana

Materialista, sem humildade?

Talvez tivesse o defunto

Todas as lágrimas do mundo

Quando fez sofrer os que o amavam

Aqueles que uma mão estendida esperaram

E por desprezo, sucumbiram a desesperança...

A única tristeza que vejo

Naquele corpo sobre a mesa

É uma alma que parte

Sem deixar saudade...

Chorem carpideiras!

Tenham piedade desse ser!

Poucos são os que choram,

Apenas os inocentes

E antes mesmo que a terra o receba,

Estará esquecido e enterrado para sempre.

Elicia Dock Holtz
Enviado por Elicia Dock Holtz em 12/05/2010
Reeditado em 12/05/2010
Código do texto: T2252842
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