O Eu
Olho a minha foto,
qual narciso,
volto a olhar,
serei eu em papel,
serei eu em espelho.
quem sou eu?
O Eu ao eu,
medos defeitos beleza escondida
tudo ali revelado
sem medo.
Um arrepio, outro ainda,
tanta palavra para sair, jorrar,
quais águas deste rio,
tanta desculpa
promessa,
como se ao eu
bastasse um espelho, uma cara de papel.
Parto o espelho, rasgo o papel,
esquecer,
sair, ir, repetir, tudo de novo
voltar cem anos depois,
olhar novamente a foto,
no espelho,
rir,
afinal sou eu!