Nem ave, nem Alfa, nem Ómega

Amanhã existirei como sempre

existi e serei como

sempre fui.

Como a ave que sempre fugiu

do Outono, do Inverno

da gota desta chuva,

do vento frio da manhã

da noite com gelo.

Existimos e somos

semelhantes, parecidos

iguais na respiração

ofegante como quem corre,

o corpo suado dos amantes

que se tocam

querem

aceitam.

Serei como um alfa um ómega,

um corpo que comprime

que controla um espaço,

um fim, um final, uma existência,

serei sempre a ave que voa,

procura, encontra,

sem medo do relâmpago, tufão, onda,

vento,

vendo tudo em redor, mesmo formiga, barata

que existem, se escondem, trepam, enterram,

na terra húmida, no húmus.

Existirei como existo como sou,

nada mais,

nem ave,

nem alfa,

nem ómega,

muito menos formiga

ou barata,

respirarei.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 12/05/2010
Código do texto: T2252597
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