A tristeza dos versos...

O vento soprava fino... Um arrepio atrás do outro... Um desatino.
Sabia das cores cruas, desde o início... Sei das vírgulas e tamanhos... Das pequenas lacunas de sentidos.
Ouvi o dito que matou a alma... Que a jogou novamente em construção...
Guardo comigo as palavras que ofenderam... Guardo no peito, o que a ti foi desconhecido... Floreie, então.
Hoje, o vento passa ligeiro... Pede que a boca se cale, que estenda a mão.
 
Os versos ficam tristes, hora a hora...
São as sementes do medo que exploram o que era doce.
Ainda sinto o que se aproxima... Sei de cada face... Sei do que fora escondido... Não sei até quando posso acostumar-me com isso...
A tristeza é o recuo à proteção... Perde-se muito com os sabores vãos...
 
Os versos choram... Não tenho forças para trancá-los em páginas soltas...
Um dia, ainda canto... Da poesia-cria, o disparate mais louco.
Não posso proteger-te quando abres as portas.
Movimentados sejam os músculos da face... Na hora das entrelinhas.
Destaquem-se os vultos enunciados para que eu possa reter a maldade que a tristeza avisou.
Os tristes versos são o silêncio do que o discurso falho provém.
O Poeta chora... A poesia, também!



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