SOB A LUZ DO ABAJUR

Sob a luz do abajur
vislumbrei encandecente
uma intensão ardente
de quem ardia em sonho
em desejo enfadonho
prisioneiro de por vir

vislumbrei doce figura
negra silhueta nua
a brincar indecorosa
com a minha alma crua
e enrolando-se a sua
me tornou indecoroso
tranformou-me em licoroso
me entornou guela abaixo

o abajur nada fazia
só iluminava a luxuria
daquela mente vadia
naquela noite tardia
minha força arredia
tentou com valentia
livrar-se de tanta orgia

tola ousadia
quando não mais aguentava
e meu peito ronronava
aceitando a elegia
veio o sol, astro do dia
guerreiro sem covardia
cortou o bilical indecente
libertou o velho rebento

virei-me para o mudo criado
sofrego esgueirei minha mão
tatiei cego e sofrido
a guiar-me pela nesga luminosa
toquei na chave mestra
apaguei o abajur
e acabou a festa
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 12/05/2010
Código do texto: T2251751
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