O último Ato

A Tarde vazia consumia o mundo,

E no gole suave e profundo,

A noite engoliu o dia.

Eis mais uma elegia,

Composta pelo poeta que aquí jaz.

Sempre e jamais,

Existirá a resitência,

ao sofrimento do momento.

Na lápide presa ao tempo,

o seguintes dizeres:

Não amais, ou morrerás,

Por falsos juramentos.

Glorifique o eterno momento,

e dispi-se-ei das luxúrias,

teu corpo arde em chamas,

mas,diante da lápide clama:

veneres o Deus que Manipula o tempo.

Eis que durante o lamento,

Morras e vivas por mil vezes,

Grite em silêncio,

silencie o grito,

Prenda em teus risos,tua verdade

E deitado e vencido,

Recite os seguintes versos:

Quem me amou não me amará,

Pois teu pranto evaporou,

segundo os versos da rosa que murchou,

Meu corpo vive, morre e chora,

diante da dor de tua memória;

Versos íntimos em teu peito aflora,

Jorrando por teus olhos as emoções perdidas,

E diante do frio da ferida,

a dor contorna sua face.

Diante de mim e ti,

revela-se a verdade,

dita pelos versos do trovador distante,

Distante de mim e ânte,

Dize-me tudo ao teu respeito.

Que atormenta a mim o peito,

a tua presença ausente que me fere.

Se vosse de mim soubesse,

O amargo que teu silêncio me lança,

O nó em meu pescoço alcança,

a fraqueza breve da minha alma.

Deitado ao lado de minha calma,

dizer-te-ei em momento sublime,

Mesmo vencido e escarnecido ainda vive,

Tal ternura a ti destinada,

E em meu leito,

as flores jogadas,

esperando meu último riso,

A tua face sobre a minha gelada,

Embalando no breve verso,

o meu último ato:

meu descanso eterno.