Nós

Quando o pitoresco dia da manhã,

Suplantar tua tal noite de lassidão,

O pó será o pretérito,

Teus lábios o sopro,

E teu futuro um vento incerto,

Donde o tempo dantes ludibriado,

Tornar-te-á teu ludibriador,

E no sentido do que um dia fora,

Encontrará o sentido de ser.

Quem és tu?

Ainda distante repousa a solidão,

Isenta do espinho é a utopia,

D’ela vivesse aleive,

E está aleivosia,

Serve-se no alento dos infidos,

Perdida salvação,

Vivência morta da falta,

De ser a aventura de sua ventura,

Uma história parva em meio ao vazio,

Quem fora tu?

Um livro não lido no olvido,

De folhas e vocábulos perdidos,

De sentidos e sentimentos inventados,

Sem nada, itera os ditos,

Sem presente, diz o passado,

E não há forma de triunfo,

Sobre a sombra que resguarda o orvalho,

A semente nasce à árvore cresce,

O fruto padece, o ciclo permanece,

Tu és tu?

Quanto de ti ainda resta em ti?

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 11/05/2010
Código do texto: T2250385
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