Nós
Quando o pitoresco dia da manhã,
Suplantar tua tal noite de lassidão,
O pó será o pretérito,
Teus lábios o sopro,
E teu futuro um vento incerto,
Donde o tempo dantes ludibriado,
Tornar-te-á teu ludibriador,
E no sentido do que um dia fora,
Encontrará o sentido de ser.
Quem és tu?
Ainda distante repousa a solidão,
Isenta do espinho é a utopia,
D’ela vivesse aleive,
E está aleivosia,
Serve-se no alento dos infidos,
Perdida salvação,
Vivência morta da falta,
De ser a aventura de sua ventura,
Uma história parva em meio ao vazio,
Quem fora tu?
Um livro não lido no olvido,
De folhas e vocábulos perdidos,
De sentidos e sentimentos inventados,
Sem nada, itera os ditos,
Sem presente, diz o passado,
E não há forma de triunfo,
Sobre a sombra que resguarda o orvalho,
A semente nasce à árvore cresce,
O fruto padece, o ciclo permanece,
Tu és tu?
Quanto de ti ainda resta em ti?