Infância - Eterna nostalgia

Um dia fui um menino.

Franzino, traquinas,

livre como um pardal,

Sonhador.

Sim...

Eu era capaz de matar a fome do mundo,

de viver a vida inteira sem dor,

de conquistar o que quer que fosse,

como quem corta queijo mole com foice

Não havia limites...

Pra quê?

Limite é palavra de adulto.

Substantivo masculino.

Coisa chata pra cabeça de criança...

onde só cabe sentimentos

como alegria e esperança...

Na verdade eu era eterno.

(Não diga a ninguém!)

"Homem-aranha" ou "Superman"...

Não sabia medir espaço ou tempo:

Pra mim tempo era medido em

o quanto eu poderia brincar...

E espaço era, literalmente, o lugar

onde eu pudesse, assim, "viajar"...

Hoje, percebo que a vida, naturalmente,

tem menos cores e jejum de alegria...

Não sei dimensionar o quão bom seja viver.

Mas tenho certeza que melhor seria nunca,

Jamais,

Crescer...

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 11/05/2010
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