Que farias, se eu voasse,
qual brisa Outonal?
E os teus lábios, beijasse,
numa paixão sem igual?
Dar-me-ias o teu peito?
Para que em ti, me enleasse,
A preceito, qual videira,
E em vinho mosto, me transformasse?
Deixarias, que meu bréu,
o teu dia invadisse?
E que de mansinho, eu te pedisse...
que tudo acontecesse?
E numa noite primeira,
se vivesse, a vida inteira?
Que a ternura, em nós jorrasse
E nossos corpos banhasse,
Como água da ribeira!
Mas eu não sou alada,
nem vento sou!
E fico aqui parada,
no lugar aonde estou!
Mas muito mais doeria,
no fundo do coração,
se descobrisse um dia,
Meus beijos para ti,
jazendo tristes, no frio chão!