Procura
Onde estão as palavras,
nas cavernas do poeta,
fechadas pelo vulcão há milênios?
Onde estão os sentimentos,
na revolução do nasce e morre,
encapados pela noite ou pelo dia?
Onde estão os arrepios,
entre as unhas e a pele,
nas pontas dos dedos que apontam o nada?
Onde estão os anjos brancos,
entre nuvens negras e céu azul,
voando perdidos sem endereço?
Onde estão os sonhos bons,
na música que acaba e leva o momento,
e lava o rosto e risca a alma?
Onde estão vida, risos e emoção,
talvez na respiração que nos sustenta,
ou presos como cílios sobre os olhos,
testemunhando o mundo, sem lágrimas.