A Greve do Mel

Agora podemos rever as coisas não feitas,

Que estão no desenho vazio da saudade,

Rabiscos simples, desenho de criança,

Pés de goiaba, galhos em trapézios.

Agora é o dia do ontem não manifestado,

Hora de liberar freios, descer os arreios,

De um cavalo alado, colorido em azul,

Imagem das nuvens momentâneas e lentas.

Agora é o perigo presente, fascínio,

O instante da opção, risco ou calmaria,

Uma Ave Maria ou um tambor de guerra,

Santos e índios, miscelânea de imagens.

Agora é a confusão da lógica possível,

É a convulsão dos limites já marginais,

Ofensa ao estado das coisas naturais,

Abelhas desprezando pólen, greve do mel.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 09/05/2010
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T2246692
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