A Greve do Mel
Agora podemos rever as coisas não feitas,
Que estão no desenho vazio da saudade,
Rabiscos simples, desenho de criança,
Pés de goiaba, galhos em trapézios.
Agora é o dia do ontem não manifestado,
Hora de liberar freios, descer os arreios,
De um cavalo alado, colorido em azul,
Imagem das nuvens momentâneas e lentas.
Agora é o perigo presente, fascínio,
O instante da opção, risco ou calmaria,
Uma Ave Maria ou um tambor de guerra,
Santos e índios, miscelânea de imagens.
Agora é a confusão da lógica possível,
É a convulsão dos limites já marginais,
Ofensa ao estado das coisas naturais,
Abelhas desprezando pólen, greve do mel.