poemas transversais 6
os olhos-holofote
na pele já luminosa
e pálida
todavia é magra
e meiga
a carne
que te esconde
1
estreito
estrito
o prazer é resíduo
e o orgasmo não é
secreção e sonho
é silencio estridente
2
seus olhos
apenas seus olhos
meu coração agradece
3
vozes
encima de vozes
muralha entre as mesas
esse vinho
essa cerveja
não me apetece
a noite caminha em mim
meus pés são estrelas
meus olhos iluminam
a solidão das vozes
o natal destas vozes
desdobra-se
em cólera e carinho
ônix pedra pome tilápias
a noite é muito clara
escuros são meus cabelos
meus olhos
meu desejo
a direção certeira
do meu vôo cego
para além do medo
e do espaço