poemas transversais 6

os olhos-holofote

na pele já luminosa

e pálida

todavia é magra

e meiga

a carne

que te esconde

1

estreito

estrito

o prazer é resíduo

e o orgasmo não é

secreção e sonho

é silencio estridente

2

seus olhos

apenas seus olhos

meu coração agradece

3

vozes

encima de vozes

muralha entre as mesas

esse vinho

essa cerveja

não me apetece

a noite caminha em mim

meus pés são estrelas

meus olhos iluminam

a solidão das vozes

o natal destas vozes

desdobra-se

em cólera e carinho

ônix pedra pome tilápias

a noite é muito clara

escuros são meus cabelos

meus olhos

meu desejo

a direção certeira

do meu vôo cego

para além do medo

e do espaço

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 09/05/2010
Reeditado em 03/07/2010
Código do texto: T2245801
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