DA PONTE QUE NÃO EXISTE
Ai, a metáfora do impossível
Do perdido
Da ponte que não existe
Da falta de coragem de o voo alçar
E feito “caniço pensante”
Todo o corpo ver fraquejar
A terra sob os pés ceder
A voz na garganta sumir
Um monte de bobagens dizer
E de um sonho, enfim, acordar
Não
Deixa o sonho prosseguir
Fumaça, ele se esvairá
Ai, a antítese vida e morte
Pode querer se harmonizar
Deixa assim
Voando pelo sem fim
Sem nunca aterrissar
Que se perca no espaço
E nunca mais volte de lá
Não creio no depois
O agora é pleno voo
É navio em alto mar
Trem na linha reta
Entre paisagens desertas
Gosto de beijos dulcíssimos
De olhos perdidos em teu olhar
Tudo que jamais
Em tempo algum
Acontecerá