Mãe..., uma carta para ti
Mãe...
Tu que habitas o infinito,
A muito tempo não falo contigo
Nunca fui de muita reza, nem acender vela A vida me fez assim...
Mas guardo de ti, lindas lembranças
Minha infância, coberta de teus cuidados
A tua maneira, me superprotegia
Na rua só brincava, quando autorizavas
Se passasse do horário, por ti estipilado
Era bronca na certa, meu castigo...
Não ver televisão, era o fim do mundo.
Até nos teus castigos, me vinhas com bolinhos
Pequenos agradinhos, para me ver de novo sorrindo,
Me perdoavas..., me liberavas e eu, pra rua voltava.
A vida nos separou, as obrigações de adulto,
Nos afastou, mas sempre que podia, voltava para casa,
Onde te via, sentada, pensativa com o meu futuro.
Tua educação antiga, me moldou para sempre
Se eu reclamava..., sempre me lembravas
Que um dia, me seria útil
Ensinamentos de uma vida, que não dá diploma
Só honestidade e honra
Coisa que hoje em dia, anda meio cafona.
Esta noite, te dedico uma prece
É assim, dizem, que mandamos nossas cartas
Aí, onde estais, junto de meu pai
Outro grande companheiro
Que me serviu de espelho
Minhas lágrimas vou guardar
Para o dia que te encontrar
Não sei quando será..., mas por certo, este dia
Chegará, vou te abraçar, beijar, acariciar
E em paz..., eternamente ficar.
Parango(080510)