Esquecer para Lembrar

Engraçado como o mecânico de toda manhã

Tira para escanteio o poético de cada raio de sol

E que cada sonho acaba por se tornar mais um

Engraçado como a ilusão de um melhor

Se torna ultrapassado quando alcançado

E com isso cada esquecimento é levantado

No normal de cada dia

e no normal da enfadonha criança aveludada daquilo que se chama vida

Engraçado mais que tudo

É como perder o que se tem ou quer ser

Pode ser o melhor dos melhores meios para se ter de fato

O que se é

E aí na dor do não ser se descobre o que de fato se é e quer ser

E esquecendo se lembra do episódio de início íntegro

De fim apagado e sequer colado para ser interpretado:

“queria ser o que eu era, mas o que era eu? Afinal eu era?”

E é assim se esquecendo, que se lembra

Da importância de últimos suspiros, afinal não lembra-se dos primeiros

Já faz importante lembrar de algo...

Mesmo que esse seja o mais penoso trabalho da vida

A própria morte...

Ass: Danielle Rodrigues Guimarães

Danielle Rodrigues Guimarães
Enviado por Danielle Rodrigues Guimarães em 08/05/2010
Código do texto: T2244728
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