Noite fria, de ontem

A noite fria de ontem..., castigou o meu corpo, combalido

Depois de muito perambular, de bar em bar

Muito beber, para esquecer, essa dor do peito

Ainda não me sinto refeito..., pelo jeito

Da traição que sofri..., acabei de dormir por aqui

Na beirada da calçada, encostado a porta fechada

Do ultimo abrigo, que hora chamo de lar

Minha cabeça dói, meu estomago vazio, como meu coração

Antes tão alegre, pela ilusão

De amar e ser amado, de sentir felicidade, ternura e amizade

Coisas tão simples, que qualquer mortal deseja

Para sua grandeza, moral e espiritual

Me sinto ainda meio tonto

É o álcool, companheiro desta noite

Que me recebeu com carinho

Me levou aos descaminhos

Me fez esquecer por momentos

Quem era, quem fui, quem quero ser

Mulheres encontrei, pela madrugada vazia

A chamar, com cortezia, tentando meu sofrimento aplacar

Me amar, por um preço módico, um prazer metódico

Melancólico, mecânico..., sem beijo, sem afago, as vezes

Por um trago.

Minhas roupas sujas..., molhadas

Minha vida largada, nesta porta de bar

Vou embora pela viela, ainda escura

O sol já desponta por entre os prédios da rua

A cidade nua, fria e impiedosa

Que maltrata quem dela precisa

Um afago, um favor, uma súplica...

Cambaleante, ofegante..., pensamentos dissonantes

Chego ao meu quarto vazio, que frio...

Preciso tirar as marcas dessa noite, quero esquecer

Reviver..., em outra, merecer o amor que pensei ter

Para bater de novo esse coração que não merece sofrer

Parango(080510)

gaalmeida
Enviado por gaalmeida em 08/05/2010
Código do texto: T2244460
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