O Vazio que só de Amor Vive
Como falar dos espaços que existem
Entre uma imagem e o próprio olhar?
Entre o toque e a pele,
Entre o ar e o respirar?
Como falar dos espaços intangíveis,
Insondáveis hiatos,
Miasmas de mistérios,
Redutos de conflitos do eu?
Que dizer das dúvidas que persistem
No dissimulado das palavras?
E que falar dos espaços invisíveis
De um sonho meticuloso
Que paira num sorriso
Suspenso entre as mãos?
Que mais dizer deste abstrato
E aparente vazio,
Quando o longe não separa e
Abriga em silêncio
A verdade imponderável
Do ato contínuo de amar