Noite Ilustrada

Deito o corpo em devaneios

Foge-me o som das palavras

Enveredo-me e sacio-me

Cúmplice do teu silêncio

No roçar de murmúrios roucos

Uma taquicardia acelera na penumbra

É quando os ponteiros do tempo

Congelam as horas em espera

Relembro tuas poucas palavras

E através delas pressinto

O aquecimento dos gestos

Tocas minha pele e esmoreço

Anseio a curva do braço

E debruçada em lânguido relaxamento

Imagino o teu abraço

É quando os pensamentos amornam,

As palavras aquietam-se

E um sorriso aflora

Por entre os olhos, nosso amanhecer!

Finalmente adormeço a sonhar-me

Acordada em ti