Estrangeiro de mim mesmo.
Procuro em lugar algum
Lacunas de tédio intenso
Sem paixão, sem rumo e senso,
O pó nos fará comum.
Inapetente jejum
Nutrindo vazios imensos
De olhos cegos quase penso
Na dor real de qualquer um.
Quando o vento move a poeira
Vai mudando na paisagem
Suas linhas verdadeiras
No silencio da mensagem
A sentença derradeira
Paira perdida na imagem.