IGNOTO // SAUDADE

IGNOTO

Torço o vestido d’alma

Até rasgá-lo

E ainda mais de perto diviso

O encontro da mente com a essência

Tola ilusão a minha

É mesmo aí

Neste eixo

Que se encontra

A dor do meu desleixo

Por mais que aperte os olhos

Sob o alaranjado noto

O seu nome anotado

No ignoto

***

SAUDADE

A ira é suportável

E dela podes fugir

Vem no passo da poesia

O sofrimento é feito a flor saudade

Murcha no chão do velório

Podes pisá-la

E carrega as sementes em teus sapatos

E lança-as em qualquer terreno

Quem sabe a flor brotará

A insistência poderá ser evitada

É só sair

Sentar-se um pouco na calçada

Meus verso não pesará em ti

É só não ler