AMÉRICA

Se me sabes e evitas
pero si, pero non,
mi vitas
são companheiras de enganos
onde desce plano o pano
onde arriba, _já não sei!_
se delíro ao tango- piano
sou bandonionero ou rei.

Minh' alma embalsamada
sofre por tumbas, estradas
em meu corpo se estendeu
num grande monte escorreu
foi-se em puro narcisismo
eras tu em mim, não eu.

O povo clama, aclamou
mais que à fraternidade
certa busca ao minotauro
dividido em mãe e pai
indisível no que sou
essa espécie de centauro
desertos, florestas virgens
dos maias, premonitórios
o final em precatórios
da Amazônia à Patagõnia

Um passado corrompido
pequeno no ouvir de Deus
tão grande no entedimento
cumprido assim mais ou menos
bem que era mais do que menos
la plata foi mar adentro

Dentre a seringais meus
pois que o seringal é parte
das derramagens de Deus
lentos pingos, corte e arte
arte curta em sonhos meus.

El Caminito-Amazônia
na neblina em que me sonhas
em corrupção gramática
na licença mar-temática
de saltar no continente
sem querer, pois que se entende
num castelhano luzente

Na infortúnio dos dados
meridianos e trópicos
de cãncer, de capricórnio
na voz do homem estrelado
daqui se foi, semi-adeus
eu juro, frente ao infinito,
melhor ao tornar-se ausente


Gente, do ausente, réplica,
do presente ao futuro
busca no passado, tréplica
à sem reposta do enduro
pois que a saga mitológica
na desconstrução da lógica
se fez matagal cumprido
flor do igarapé, América.




T.Otomi, 04 / 2010
Elane Tomich
Enviado por Elane Tomich em 05/05/2010
Reeditado em 19/10/2013
Código do texto: T2238941
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