CRISTAL
Não se mova um músculo
Pois o cristal retinirá
Nas sedentas plagas onde nascem as manhãs
Nos amorfos cantos onde se esconde a noite
Porque todas as madrugadas
Tu chegas sem que eu te chame
E te deitas sobre suspiros
E baixas os olhos
Sem deixar que te veja
A pergunta que cala
Sob os lençois