O luzir de dor

Tu és a lua taciturna,

E eu o céu noturno,

Não se pões todas às noites,

E permaneço deserto,

Todavia quando apareces,

Meu olhar resplandece-se

Em um véu que não lhe encobre,

E meu soturno olhar padece

Tu surges toda luminosa,

Perto em meu nunca,

Longe em meu sempre.

Ao expor-se na relva escura,

Meu olhar perde a amargura,

E és todo e unicamente teu.

Deito-me todas às noites,

Em presença as tuas escassas vindas,

E quando vem beijar-me,

Meus lábios perdem-se,

Além lamento as estrelas,

Perto – almejo tê-la.

Amo-te lua de meu céu,

Odeio-te ausente em meu véu.

Ó senhora de minh’alma,

Ama-me como a amo,

Se não amar-me mais,

Amar-me-ei?

Ama-me ou morrerei,

Ama-me ou odiarei,

Ama-me ou não mais amarei.

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 05/05/2010
Código do texto: T2237927
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