O luzir de dor
Tu és a lua taciturna,
E eu o céu noturno,
Não se pões todas às noites,
E permaneço deserto,
Todavia quando apareces,
Meu olhar resplandece-se
Em um véu que não lhe encobre,
E meu soturno olhar padece
Tu surges toda luminosa,
Perto em meu nunca,
Longe em meu sempre.
Ao expor-se na relva escura,
Meu olhar perde a amargura,
E és todo e unicamente teu.
Deito-me todas às noites,
Em presença as tuas escassas vindas,
E quando vem beijar-me,
Meus lábios perdem-se,
Além lamento as estrelas,
Perto – almejo tê-la.
Amo-te lua de meu céu,
Odeio-te ausente em meu véu.
Ó senhora de minh’alma,
Ama-me como a amo,
Se não amar-me mais,
Amar-me-ei?
Ama-me ou morrerei,
Ama-me ou odiarei,
Ama-me ou não mais amarei.