A GUERRA

A medalha no peito.
Não cabe a saudade do tempo que foi
Vivido, esquecido, sofrido é verdade,
Deixando cansado, sonhar bem depois.

Foi lento o consolo das horas perdidas
Trazendo à lembrança os olhares de dor
Matar era ordem, mas longe esta lida,
E assim foi o tempo esquecendo o amor.

As vozes se calam, é grande o silêncio,
Nem tiros, granadas, nem som de motores.
Levantem-se aos poucos os sobreviventes
Vencemos a batalha, e a guerra, os horrores?

O pódio, homenagens, a medalha acontece,
Na vã tentativa de amenizar
As perdas, a vida de quem não merece,
E o resto, as lembranças, quem vai consertar?