Falso Querer
Não me olhe dessa maneira.
Não diga asneiras julgando me conhecer.
Apenas me entenda. Respeita
O meu modo vil de viver.
Se você vir meu mundo,
Se você vier a meu encontro em busca de um por que,
Saiba e compreenda o correto.
Não invente artimanhas para me convencer.
Se me deito com um ou com três,
Se o preço é caro demais para pagar,
“- Já o paguei e pago outra vez...”
Ceder é também um modo de calar
Essa vergonha tão já sepultada,
Esse nojo que às vezes tenho de mim.
Essa mulher que você quer ver deitada
Quiçá busque outra dentro de si.
Não importa o quanto eu te ensine
Os caminhos da vida, o dom do prazer,
Certamente haverá quem o diga
Que é indecência o meu falso querer.
Ah Querido! Permita-me o prazer da mudança,
Permita-me o langor, o cansaço.
Permita-se virar o disco e
Trocar o sexo de hoje por quem sabe um bom papo?