O nosso eu
Sou o tocar das horas
nas mãos insolúveis do tempo,
ou a força desmedida do mundo
que ressoa dentro de nós
Somos um todo incompleto,
a saudação do sol invernal,
a espera de um amanhã tardio,
uma sombra que se encontrou
e no vento se desfaz
Meu eu mergulha em névoas
como se fosse um ser no nada,
ou a surpresa de cada compreensão,
que vai se juntando
na construção do ir sendo e nada mais
Conceição Bentes
04/05/10