poemas transversais 2
aprender a medir
e a olhar
a escrever tão simples quanto
quem fala ou dorme
ou se deita
na praia na grama no sofá
da sala e observa
a vida passando
na tela na janela na retina
aberta
a poesia a brisa o mar
respiro a saudade e transpiro
durante as insonias nos pequenos calvários diurnos
esta angustia de saber ou supor
mas não ver direto aqui agora
a verdade luminosa
nem me fale
nem eu nem ela
a lua de banda
a rua toda clara
a noite no fundo não passa
de água
e o dia é uma enorme
fogueira
onde a realidade arde