FACE

De quem a face

A face da discordância

Do mergulho no seco

Do não saber a que veio

De começar pelo fim

Desencontrando o meio

De quem a boca

Os olhos

A roupa

De quem o lenço

Do que não veio

Escrevo pra me entender

E depois as equações

Puxar o fio

Desfazer

Fechar a soma

Cerzir

Coser

A boca da noite

O seio do entardecer

A manhã retira a tela

Da face que não se quer ver

Eu me vejo no espelho do espelho anterior

E costuro minhas mãos

Pra não voar

Não acariciar

A face

Cirzo o puído tecido d’alma

Os atômicos orifícios

Deixam passar

A face da dor