PRINCÍPIO DO VÁCUO

Euna Britto de Oliveira

Site de Poesia: www.euna.com.br

Há várias maneiras de minha arte não dar certo.

Uma delas

É sem você por perto!...

Olhos fechados,

Vejo uma planta que nunca vi,

Porque não existe.

Nasceu na minha imaginação.

Tem folhas duras como as da bromélia

E não é bromélia.

De um verde claro,

Cor de cana...

Está num vaso grande de cimento,

Redondo e quase branco.

Perto dela, eu e você,

Num banco.

Sei que é você, mas não o vejo.

Nem a mim mesma eu vejo.

Sinto-me.

Sinto-o.

Brinco sem você

Mas não vivo sem você.

Ou então, vivo sem você,

Mas não brinco sem você...

Se não aparece, eu o invento.

Tenho a forma de você feita no vento!...

Quem é você?

Não sei quem é

Não sei onde está

Só sei que me falta.

E onde há falta,

É porque existe o que completa!

Mas somos “chics” – não temos "chips"

Que facilitem o reconhecimento

De um pelo outro....

Como fazem com os golfinhos

Ou com os pássaros raros

E animais em extinção...

Temos de nos descobrir

Pela Lei da Afinidade.

Muito mais do que aparelhos,

Somos almas...

Gêmeas.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 23/08/2006
Código do texto: T223284